quinta-feira, 13 de junho de 2013

Ética na informática

A tecnologia da informação é sabidamente uma das áreas de maior evidencia no mercado de trabalho. Essa evidência trás a tona não só os aspectos bons como incorporação de novas tecnologias, diminuição do tempo gasto em tarefas do dia a dia ou mesmo missões críticas em diversos setores do comercio e indústria, e os ruins como o vazamento de informações sigilosas, dados pessoais e até mesmo espionagem e coleta de dados pelos estados sem o consentimento dos cidadãos.
Esses aspectos ruins nos remetem às discussões sobre a Ética na informática, esta que é um ramo da filosofia que estuda o comportamento moral do ser humano, classificando-o como bom ou ruim, correto ou errado. Porém o filósofo inglês Bertrand Russel, um dos mais influentes matemáticos, filósofos e lógicos do século XX, a ética é subjetiva, não contém expressões verdadeiras ou falsas, ela é a expressão dos desejos de um grupo, sendo que certos desejos devem ser reprimidos e outros reforçados, para se atingir a felicidade ou o equilíbrio do grupo.
Muito elegantes e sábias as ponderações de Russel, todavia e se seu grupo for outro que não o que definiu esses critérios subjetivos? Seus ideais e pontos de vista sendo outros sua felicidade, ou bem estar, tem outros valores, anseios e necessidades. Este é o paradigma central onde a pluralidade é grande e está em constantemente evolução. Os estados, principalmente o norte americano, usam o medo de ataques terroristas e ações do crime organizado para coletar dados de qualquer cidadão, como divulgou recentemente o ex-técnico da CIA, Edward Snowden, mostrando que o governo americano tem um programa secreto que coletava dados de milhões de usuários em servidores de empresas de internet.
Pois bem não sou norte americano nem mesmo existem ações em nosso país ou qualquer outro no mundo que justifiquem esse tipo de coleta massiva e indiscriminada, sem um norte especifico, que recolhe tudo e somente depois analisa. Quem garante que por trás dessa coleta não existe outro fim que não a defesa do estado, ou ainda o que é feito com esses dados coletados, são armazenados, descartados e o acesso a eles é restrito a quais agentes do estado, o Wikileaks nos mostrou que esse acesso é por assim dizer ridículo, já esta instituição detêm o poder e divulga abertamente aproximadamente 1.7 milhões de documentos classificados como secretos na web, se esses documentos sensíveis ao estado são facilmente obtidos podemos imaginar que com todos nossos dados coletados não será diferente.
Devemos ter consciência de que nós profissionais de informática temos a obrigação de contribuir para mudar esse cenário, criando e divulgando os valores e a forma que as informações confiadas a nossos sistemas serão tratadas e armazenadas por nós ou nossa empresa, usar mecanismos que dificultem a obtenção dos dados que trafeguem ou estejam armazenados em nossa infraestrutura. Porém falar de ética se torna muito difícil, quase utópico, no cenário em que vivemos, onde o estado que deveria nos proteger é quem está na vanguarda do desrespeito e quebra da privacidade no uso da rede mundial de computadores.

Bibliografia:

Ética em Informática. http://www.devmedia.com.br/etica-em-informatica/14636 - Acesso em 13 de junho 2013.
Não sou traidor nem herói, diz ex-técnico da CIA http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/%E2%80%98nao-sou-traidor-nem-heroi%E2%80%99-diz-ex-tecnico-da-cia- Acesso em 12 de junho 2013.
Wikileaks - http://wikileaks.org/ - Acesso em 12 de junho 2013.

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