A tecnologia da informação é sabidamente uma das
áreas de maior evidencia no mercado de trabalho. Essa evidência trás a tona não
só os aspectos bons como incorporação de novas tecnologias, diminuição do tempo
gasto em tarefas do dia a dia ou mesmo missões críticas em diversos setores do
comercio e indústria, e os ruins como o vazamento de informações sigilosas,
dados pessoais e até mesmo espionagem e coleta de dados pelos estados sem o
consentimento dos cidadãos.
Esses aspectos ruins nos remetem às discussões
sobre a Ética na informática, esta que é um ramo da filosofia que estuda o
comportamento moral do ser humano, classificando-o como bom ou ruim, correto ou
errado. Porém o filósofo inglês Bertrand Russel, um dos mais influentes
matemáticos, filósofos e lógicos do século XX, a ética é subjetiva, não contém
expressões verdadeiras ou falsas, ela é a expressão dos desejos de um grupo,
sendo que certos desejos devem ser reprimidos e outros reforçados, para se
atingir a felicidade ou o equilíbrio do grupo.
Muito elegantes e sábias as ponderações de
Russel, todavia e se seu grupo for outro que não o que definiu esses critérios
subjetivos? Seus ideais e pontos de vista sendo outros sua felicidade, ou bem
estar, tem outros valores, anseios e necessidades. Este é o paradigma central
onde a pluralidade é grande e está em constantemente evolução. Os estados,
principalmente o norte americano, usam o medo de ataques terroristas e ações do
crime organizado para coletar dados de qualquer cidadão, como divulgou
recentemente o ex-técnico da CIA, Edward Snowden, mostrando que o governo
americano tem um programa secreto que coletava dados de milhões de usuários em
servidores de empresas de internet.
Pois bem não sou norte americano nem mesmo existem
ações em nosso país ou qualquer outro no mundo que justifiquem esse tipo de
coleta massiva e indiscriminada, sem um norte especifico, que recolhe tudo e
somente depois analisa. Quem garante que por trás dessa coleta não existe outro
fim que não a defesa do estado, ou ainda o que é feito com esses dados
coletados, são armazenados, descartados e o acesso a eles é restrito a quais
agentes do estado, o Wikileaks nos mostrou que esse acesso é por assim dizer
ridículo, já esta instituição detêm o poder e divulga abertamente
aproximadamente 1.7 milhões de documentos classificados como secretos na web,
se esses documentos sensíveis ao estado são facilmente obtidos podemos imaginar
que com todos nossos dados coletados não será diferente.
Devemos ter consciência de que nós profissionais
de informática temos a obrigação de contribuir para mudar esse cenário, criando
e divulgando os valores e a forma que as informações confiadas a nossos
sistemas serão tratadas e armazenadas por nós ou nossa empresa, usar mecanismos
que dificultem a obtenção dos dados que trafeguem ou estejam armazenados em
nossa infraestrutura. Porém falar de ética se torna muito difícil, quase
utópico, no cenário em que vivemos, onde o estado que deveria nos proteger é
quem está na vanguarda do desrespeito e quebra da privacidade no uso da rede
mundial de computadores.
Bibliografia:
Ética em
Informática. http://www.devmedia.com.br/etica-em-informatica/14636 -
Acesso em 13 de junho 2013.
Não sou
traidor nem herói, diz ex-técnico da CIA http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/%E2%80%98nao-sou-traidor-nem-heroi%E2%80%99-diz-ex-tecnico-da-cia-
Acesso em 12 de junho 2013.
Wikileaks - http://wikileaks.org/ - Acesso em 12 de
junho 2013.
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